26 de junho de 2009

UM APAIXONADO POR CAFÉS


Oscar Miotto, proprietário do Ponto do Café


Oscar Miotto estuda cafés há 18 anos. É um legitimo apaixonado. Ele começou com uma pequena franquia de uma cafeteria em Caxias do Sul, em 1991, e hoje é proprietário de uma grande loja especializada em máquinas de café para uso residencial ou comercial, o Ponto do Café. A loja, que fica localizada na esquina da Rua São Pedro com a Av.Pernambuco, foi inaugurada em novembro de 2008. O estabelecimento oferece uma variedade de máquinas com praticidades que fazem qualquer pessoa se sentir capaz de fazer um saboroso expresso.


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Dedicar sua vida ao estudo de cafés, como nos diz Miotto, ''é um negócio para loucos''. O cafeólogo já viajou pelo mundo para aprender como o café é produzido e como funcionam as máquinas. A paixão de Miotto pelo grão é contagiante. Depois de passar alguns minutos com ele e tomar aquele que talvez seja o melhor café do mundo, qualquer um se apaixona pelo assunto.

DOS GRÃOS ÀS MÁQUINAS

Quando se toma um café expresso em uma cafeteria, ou mesmo um passado na primeira hora do dia, não se imagina o processo pelo qual ele passa até chegar ao consumidor. Os grãos de café nascem dentro de uma polpa avermelhada que parece uma pequena cereja e, logo que são retirados da planta, são claros e pequenos, como um amendoim. Nesse estado, chamado in natura, ele pode durar cerca de 20 anos quando armazenado em local arejado e ao abrigo da luz. Quando torrado, o grão adquire a cor marrom escura e fica um pouco maior, característica do café que conhecemos. Depois disso, ele está pronto para ser moído e degustado, mas deve ser consumido em até cinco dias, pois se deteriora rapidamente em contato com o oxigênio. Uma alternativa para conservá-lo por mais tempo são as cápsulas ou pacotes nos quais é embalado a vácuo.
O que torna um café apetitoso e digno de ‘quero mais’ são justamente os grãos. “Existem duas classificações para os grãos: robusto e arábico. Os grãos arábicos são o que há de melhor em termos de qualidade e sabor. Já os grãos robustos são mais baratos e geralmente são os utilizados para fazer o solúvel.”, diz Miotto. Na Banca F do Mercado Público, Aline Casseres, barista, conta que o grão mais procurado é o da casa, que mistura grãos suaves e fortes - ambos são produzidos em São Paulo. Ela adiciona que o café arábico, que possui o melhor grão, é geralmente exportado.
Diferente do que muitos pensam, não é necessário sair do país para degustar um bom café. O Brasil produz excelentes grãos. No sul de Minas, por exemplo, é produzido o Prima Qualitá, que trabalha com grãos arábicos e é um dos melhores cafés do mundo.
No Rio Grande do Sul ainda não se tem o hábito de moer café em casa. As pessoas não têm moedores e, por isso, utilizam o conhecido café solúvel. Segundo Miotto, nem mesmo nas cafeterias de Porto Alegre pode-se encontrar grãos de qualidade. “Tenho o objetivo de mudar essa mentalidade dos gaúchos e fazer com que eles se preocupem em comprar o melhor e não o mais barato.”, conta o cafeólogo.
Na Europa, a população está acostumada a tomar excelentes cafés não só em locais públicos, mas também em casa. Em São Paulo, por exemplo, essa ideia está começando a se tornar visível. Na cidade, já existem boas cafeterias, que primam pela qualidade, buscam os melhores grãos e estudam a melhor maneira de trabalhar com eles. O Ponto do Café, além de oferecer o que há de mais moderno em termos de máquinas, também oferece um centro de formação de baristas. Cursos de trinta horas em que o profissional se forma sabendo quais são os melhores grãos e qual é a maneira correta de trabalhar com as máquinas.

O Ponto do Café vende, em média, trinta máquinas por mês, mas também trabalha com aluguel. Segundo o proprietário, as mais procuradas são as máquinas para uso comercial e empresarial. Porém, um aparelho de uso residencial pode ser comprado por R$ 900,00. A loja também presta serviços a empresas que servem aproximadamente 120 mil doses por mês. Nessas máquinas - a maioria delas de origem italiana - e com o uso de bons grãos, pode-se produzir um excelente café. “O café expresso perfeito tem que ter uma cremosidade em cima, e mesmo mexendo nele, ele deve permanecer cremoso”, revela Miotto.



O expresso perfeito, segundo Oscar Miotto

Oscar Miotto ensina a fazer o expresso perfeito:

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